C.U.C.A: Compreensão Universal de Crenças Assimétricas

QUEM 

A CUCA é uma criação astral inspirada numa personalidade homônima do folclore brasileiro. Concebida sobre o aspecto da bruxa velha, muitas vezes tomada como antagônica, habitou as estórias de crédulos e animou um esqueleto fantasmagórico. Retomamo-lo para compor-lhe partes vitais e reencarná-lo de cara nova. A mitologia condescendente empresta-nos moldes e devolvemo-la patronos compostos. A CUCA é um agente harmonizador de litígios culturais, especificamente os de cunho religioso. Ela é a representação da síntese de crenças e trabalha no sentido do sincretismo expansivo, estimulando a liberdade e a diversidade de cultos. Seu nome decomposto, Compreensão Universal de Crenças Assimétricas, remete à ideia de comunhão de valores variados visando o bem estar coletivo. 

COMO

 A CUCA é um ente de trabalho conjunto. Como servidor, ela tem acesso a diversos níveis de atuação. Seu trabalho é concentrar as intenções de seus usuários e se valer da egrégora formada para multiplicar a intensidade de suas investidas. Criada para dissolver a intolerância religiosa a CUCA atua de duas maneiras distintas, sendo a primeira preventiva e a segunda paliativa, a saber:

 1 - A promoção da reforma de valores vigentes no contexto sociocultural local, disseminando imensos fluxos de informações de cunho espiritualista, formando uma rede astral de conhecimentos variados. Esse súbito desvelar de crenças ajuda a difundir explicações e chama a atenção do inconsciente coletivo para o problema tratado. Se a raiz da intolerância é a ignorância, começamos a combater a falta de informações e possíveis falsos boatos distribuindo informações corretas e facilitando o acesso a elas. Essa também é uma forma de emancipação cultural e de desenvolvimento dos canais de intuição dos indivíduos nas áreas afetadas pelo servidor, uma vez que os centros de receptividade desse grupo de pessoas serão mais estimulados. Por estarmos tratando de uma egregora, quanto mais membros inclusos e sintonizados, maior será a influência de CUCA sobre os diversos planos de atuação. Conforme o contato com o servidor se estabelece, inicia-se uma troca continua de dados entre o que o indivíduo considera parte de seu credo e a programação que o servidor tem para oferecer para ele, passível de ser reprogramada no caso do usuário estar afim com a egregora. Os dados colhidos pela CUCA são processados, comparados e integram uma nova parte da rede, sendo este seu alimento principal. A relevância das informações colhidas se dá pela percepção da análise do nível de fé em que cada indivíduo emprega em cada crença, agrupando crenças similares e diluindo valores muito pessoais que não convém ao coletivo. Em suma, um Panteão compartilhado por meia dúzia de pessoas pode ser incluso no repertório se a Vontade empregue sobre seus deuses for suficiente. De outra forma, esta é considerada uma informação irrelevante e é arquivada até que hajam reincidências suficientes para sua veiculação. Com o desenvolvimento dessa rede de informações mais tangível, torna-se possível o emprego de comandos sutis de reprogramação comportamental, sempre obedecendo à premissa fundamental da CUCA de harmonização do contexto e desenvolvimento do bem estar comum.

 2 - O reparo de rompantes de violência aos credos, seja de cunho coletivo ou individual, por meio de contra-investidas administradas pelo usuário interessado, seja ele a vítima ou um representante. A CUCA possui um reservatório com um grande volume de energia acumulado dos intentos que os usuários depositam nela voluntariamente. Isso significa dizer que ela possui uma capacidade de atuar diretamente sobre a matéria, rebatendo as ofensivas sobre a fé ou credo de determinada instituição ou pessoa. Por possuir uma consciência desenvolvida ela sabe reequilibrar as situações sem precisar ter instruções ao ser evocada. Contudo pode-se direcionar ligeiramente seu modo de atuação de acordo com a Vontade do usuário. Movida pela motivação de pacificar o coração dos homens, quanto mais injustiça se vê, mais atuante a CUCA se torna. Pode-se dizer, portanto, que sua moral é um tanto relativa e seu comportamento completamente adogmático, impedindo que ela seja filiada a qualquer grupo de pessoas e fazendo-a o mais imparcial possível em suas ações. Isso é necessário para que só comunguem com ela indivíduos que vêm como necessário o fim dos conflitos e se valham de uma alternativa lúcida e, por assim dizer, apartidária. A CUCA é o tertium quid, é o caminho do meio, é a mediadora, a representante astral de um crescente grupo de consciências que prezam pela liberdade plurilateral. A CUCA é a lucidez coletiva personificada e ela quer preencher as lacunas e máculas e abranger toda a vida. 

POR QUE 

A história se repete. Num cenário de completa delusão, o outro é o diabo. A inquisição restabelece-se, agora multifocal, e o sangue é o meio de se purificar. Não é o ateísmo o desestímulo pessoal, mas o crescente ceticismo na bondade do homem e a necessidade de se reconectar com o divino de forma rápida, prática e, por que não, vulgar. A espiritualidade enlatada e a consequente necessidade de salvação externa produz as dualidades e elegem os arquétipos do ideal e do imoral. Figurante de sua própria vida, o crente inflexível, munido de ódio, acaba por precisar da tragédia para vergá-lo à pertinência, e até que isso ocorra ele prejudica muitas outras pessoas. 

A CUCA é uma tentativa de 1) apaziguar o delírio coletivo, dando a possibilidade da população compreender a diversidade entre si; 2) antecipar o trágico, de forma amena, para que o coletivo não precise se responsabilizar tão intensamente pelo individual.




















Comentários

Mais lidos

Fotamecus

Excerto: A Roda das Encarnações

Magia do Caos: O Ocultismo No Contexto Pós-moderno

Ocultismo Vitoriano e a Arte da Sinestesia

O que é Abralas?

Sobre o Hoodoo Tradicional e Hoodoo de Nova Orleans...

Os Pesadelos de Zdzislaw Beksinski

Excerto: A FILOSOFIA HERMÉTICA - excerto de "O Caibalon"

Poesia: Flores de Prata

Excerto: Envultamento